Até que ponto a crise do Oriente Médio é perigosa? Existe um enviado especial da ONU, o norueguês Roed-Larson, que há alguns dias atrás, mostrou que o bloqueio israelense das áreas palestinas está trazendo um grande sofrimento e pode detonar, rapidamente, uma guerra regional.
Ele se refere a bloqueio e não a mortes ou outras atrocidades. E ele está certo a respeito. O bloqueio é uma tática decisiva. Há um bloqueio que é muito eficaz em razão do rumo que o processo de "paz" tomou, sob a direção dos Estados Unidos, e que resultou em centenas de enclaves palestinos isolados, alguns deles mínimos, que podem ser bloqueados e estrangulados pelas forças de ocupação israelenses. Esta é a estrutura básica do que aqui se chama processo de paz. Portanto, o bloqueio pode ser extremamente eficaz, ao mesmo tempo em que é uma tática sensata para os Estados Unidos e Israel, que estão sempre juntos. Devemos nos lembrar que tudo o que Israel faz, o faz com autorização dos Estados Unidos e sempre com seu apoio e subvenção.
O bloqueio é uma tática para encobrir as atrocidades, para que não se tornem visíveis, ou visíveis o suficente, para que Washington ou o ocidente (que na essência significa Washington) tenham que dar qualquer tipo de resposta.
Houve muitos erros no passado e Estados Unidos e Israel certamente aprenderam com eles. Assim, em 1996, por exemplo, quando Shimon Peres iniciou um outro ataque ao Líbano, matando um grande número de pessoas e expulsando milhares de suas casas, foi considerada uma atitude correta e os Estados Unidos deram seu apoio até que Israel incorresse em um novo erro, quando bombardeou um acampamento da ONU em Qana, matando mais de cem pessoas que estavam refugiadas nele. De início, Clinton justificou a medida, mas, depois, diante da reação internacional, ele voltou atrás e Israel foi forçado a abandonar a operação e a se retirar. Este é o tipo de erro que deve ser evitado. Portanto, aqueles que pretendem entrar para o serviço diplomático devem ter em mente que isto não pode acontecer. As atrocidades devem ser cometidas de modo suave, pois assim torna desnecessária uma resposta internacional. (gargalhada)
Há um ano atrás, a mesma coisa aconteceu, quando os Estados Unidos apoiaram um assassino no Timor Leste, que estava no governo há cerca de 25 anos. O desgoverno chegou a tal ponto que Clinton, depois de o país ser completamente destruído, foi obrigado a dizer aos generais indonésios que o jogo tinha acabado e eles rapidamente se retiraram. Portanto, isto deve ser evitado.
Neste caso particular, existe um claro esforço em manter as mortes, que é o que dá manchete, nos níveis aproximados do Kosovo antes do bombardeio da OTAN. Na verdade, é sobre o nível das mortes agora, para que a estória se desvaneça com o tempo.
É evidente que a história do Kosovo é bem diferente. Naquela época, as necessidades da propaganda eram o oposto. As mortes estavam mais ou menos sob as mesmas circunstâncias e o nível da resposta sérvia era muito semelhante à resposta israelense nos territórios ocupados. (Havia os ataques por toda a fronteira, o que equivaleria ao Hizbollah empreender ataques Galili ou qualquer coisa assim). Naquela época, as necessidades da propaganda eram diferentes e por isso a estória era descrita apaixonadamente como sendo um genocídio. Um bom sistema de propaganda pode estabelecer essas diferenças. Portanto, no Kosovo um genocídio e, neste caso, a represália era mais do que justificada.
A idéia geral, e penso que pode-se esperar que isto continue por algum tempo, é a de que as táticas fiquem limitadas ao assassinato; milhares de pessoas feridas (seriamente - muitas delas morrerâo mais tarde, mas isso não pesará na consciência); fome (de acordo com a ONU, existem cerca de 600.000 pessoas que passam fome, porém, mais uma vez, este número está abaixo do nível); e toques de recolher (24 horas por dia, como em Hebron, onde o toque de recolher chega a durar semanas, enquanto uns poucos colonos ficam flanando livremente e o resto da população, dezenas de milhares de pessoas, fica trancada. O isolamento nos inúmeros enclaves, portanto, é no sentido de que o sofrimento possa ser mantido abaixo do nível que possa provocar uma resposta do ocidente. E a suposição, bastante plausível, é que existe um limite que as pessoas aguentam, após o qual elas desistem.
Ele se refere a bloqueio e não a mortes ou outras atrocidades. E ele está certo a respeito. O bloqueio é uma tática decisiva. Há um bloqueio que é muito eficaz em razão do rumo que o processo de "paz" tomou, sob a direção dos Estados Unidos, e que resultou em centenas de enclaves palestinos isolados, alguns deles mínimos, que podem ser bloqueados e estrangulados pelas forças de ocupação israelenses. Esta é a estrutura básica do que aqui se chama processo de paz. Portanto, o bloqueio pode ser extremamente eficaz, ao mesmo tempo em que é uma tática sensata para os Estados Unidos e Israel, que estão sempre juntos. Devemos nos lembrar que tudo o que Israel faz, o faz com autorização dos Estados Unidos e sempre com seu apoio e subvenção.
O bloqueio é uma tática para encobrir as atrocidades, para que não se tornem visíveis, ou visíveis o suficente, para que Washington ou o ocidente (que na essência significa Washington) tenham que dar qualquer tipo de resposta.
Houve muitos erros no passado e Estados Unidos e Israel certamente aprenderam com eles. Assim, em 1996, por exemplo, quando Shimon Peres iniciou um outro ataque ao Líbano, matando um grande número de pessoas e expulsando milhares de suas casas, foi considerada uma atitude correta e os Estados Unidos deram seu apoio até que Israel incorresse em um novo erro, quando bombardeou um acampamento da ONU em Qana, matando mais de cem pessoas que estavam refugiadas nele. De início, Clinton justificou a medida, mas, depois, diante da reação internacional, ele voltou atrás e Israel foi forçado a abandonar a operação e a se retirar. Este é o tipo de erro que deve ser evitado. Portanto, aqueles que pretendem entrar para o serviço diplomático devem ter em mente que isto não pode acontecer. As atrocidades devem ser cometidas de modo suave, pois assim torna desnecessária uma resposta internacional. (gargalhada)
Há um ano atrás, a mesma coisa aconteceu, quando os Estados Unidos apoiaram um assassino no Timor Leste, que estava no governo há cerca de 25 anos. O desgoverno chegou a tal ponto que Clinton, depois de o país ser completamente destruído, foi obrigado a dizer aos generais indonésios que o jogo tinha acabado e eles rapidamente se retiraram. Portanto, isto deve ser evitado.
Neste caso particular, existe um claro esforço em manter as mortes, que é o que dá manchete, nos níveis aproximados do Kosovo antes do bombardeio da OTAN. Na verdade, é sobre o nível das mortes agora, para que a estória se desvaneça com o tempo.
É evidente que a história do Kosovo é bem diferente. Naquela época, as necessidades da propaganda eram o oposto. As mortes estavam mais ou menos sob as mesmas circunstâncias e o nível da resposta sérvia era muito semelhante à resposta israelense nos territórios ocupados. (Havia os ataques por toda a fronteira, o que equivaleria ao Hizbollah empreender ataques Galili ou qualquer coisa assim). Naquela época, as necessidades da propaganda eram diferentes e por isso a estória era descrita apaixonadamente como sendo um genocídio. Um bom sistema de propaganda pode estabelecer essas diferenças. Portanto, no Kosovo um genocídio e, neste caso, a represália era mais do que justificada.
A idéia geral, e penso que pode-se esperar que isto continue por algum tempo, é a de que as táticas fiquem limitadas ao assassinato; milhares de pessoas feridas (seriamente - muitas delas morrerâo mais tarde, mas isso não pesará na consciência); fome (de acordo com a ONU, existem cerca de 600.000 pessoas que passam fome, porém, mais uma vez, este número está abaixo do nível); e toques de recolher (24 horas por dia, como em Hebron, onde o toque de recolher chega a durar semanas, enquanto uns poucos colonos ficam flanando livremente e o resto da população, dezenas de milhares de pessoas, fica trancada. O isolamento nos inúmeros enclaves, portanto, é no sentido de que o sofrimento possa ser mantido abaixo do nível que possa provocar uma resposta do ocidente. E a suposição, bastante plausível, é que existe um limite que as pessoas aguentam, após o qual elas desistem.